O brotar de uma semente, geralmente é motivo de alegria, de festa, de celebração. Mas algumas e não raras vezes, a revolta e a decepção são os primeiros sentimentos a ocupar nossas mentes e nossos corações. De imediato, alimentam nossa angústia, levando-nos a indagar e cobrar explicações de nós mesmos: onde erramos? Por que permitimos que isso acontecesse? Mas a resposta não aparece. Não existem erros! O erro é acreditarmos que a rigidez dos nossos conceitos e a dureza de nossos corações, possam disciplinar nossas condutas e direcionar as atitudes de nossos entes queridos. Enganamos-nos, quando acreditamos que a aspereza de nossas palavras possa ecoar no cérebro de nossos rebentos e processar bons resultados. Não é esse o caminho; A mágoa precisa ser dissipada. É preciso esvaziar nosso coração de todo rancor, para que em seu lugar, surjam o amor e o perdão. Assim, talvez sejamos felizes e talvez possamos tornar menos infelizes quem supostamente errou um dia, porque a culpa é um fardo muito pesado. Carregar esse fardo, é por si só, um perverso castigo. É preciso buscar e dar conforto junto àqueles que amamos. É preciso abrir nossas mentes e alargar nossos corações, para podermos, com ternura, acolher quem está chegando. Se nos mantivermos frios, sisudos, de olhos vendados, afastamos a oportunidade de testemunhar a pureza do amor que brota gratuita e suavemente no sorriso de uma criança. Perdemos a oportunidade de conhecer, em primeira mão, quem talvez possa ser o dono do futuro! Sabedoria é reconhecer que uma criança, quando chega, traz consigo a promessa da renovação. É uma dádiva de Deus que um dia, talvez, possa entender nossa velhice e estendendo suas mãos, nos amparar.
José Assunção da Silva
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