sábado, 4 de dezembro de 2010

? Door



Aberta ao diálogo e firme no seu posto, ela se mantém tranqüila e pronta para servir. Dona de imensa humildade sabe como ninguém do seu valor, porém, guarda para si mesma, todo sentimento de importância. Nunca se gaba. Às vezes range, mas seu ranger é apenas um lamento, como se fosse um ái. Ninguém para diante dela para lhe dirigir palavra de carinho - um simples bom dia ou boa tarde, nem mesmo um - oi como vai? Parece que todos a desprezam, pois, passam por ela apressados, ou preguiçosos, não importa, e muitas vezes, nem se dão conta de que ela existe. Uns a empurram para um lado, outros a puxam para o outro, como se fosse ela uma coisa desprezível _um estorvo! Quando faz frio, ha quem se lembre de sua existência, mas olhando para ela como se ela fosse culpada, pede que alguém a empurre com força. Nesses momentos, triste, ela se fecha. Quantas vezes lhe batem no peito, nas costas, esmurram-na sem piedade, só pra chamar a atenção! Impassível, nunca reclama, no máximo solta, vez por outra, aquele rangido expressando sua dor. No mais, cumpre calada sua tarefa, protegendo-nos de olhares e ouvidos curiosos, que, às vezes, tentam invadir nossa privacidade. Protege-nos do barulho da rua, do vento e até de ladrões e outros malfeitores perigosos. Arrisca sua integridade física por nós, sem nada pedir em troca, mas chora por nosso descaso. Quando saímos, passamos por ela felizes e despreocupados, afinal, apesar de nossa indiferença, ela sempre estará ali, zelando por nossos pertences e aguardando, serena, o nosso regresso. Se houvesse justiça neste mundo já lhe teriam feito um monumento, quem sabe, batizado uma rua, praça, ou escola com o seu nome. Esta última creio eu, seria uma homenagem e tanto, pois, não é a escola quem fecha as barreiras da ignorância e abre os caminhos do futuro?  Não é a escola uma porta?

Nenhum comentário:

Postar um comentário