Eis o estado em que me encontro; cheio de vontade, mas desprovido da habilidade que suponho ter. Parece que uma força misteriosa me dominou e arrancou de mim toda a capacidade da criação. Devorou minhas memórias, deixando-me desprovido de raciocínio e de intelecto. Quase chego ao desespero, ao tentar em vão, combater esse inimigo invisível. O tempo não é meu aliado, ao contrário, parece também conspirar contra mim, na medida em que avança sem se preocupar em aferir o quanto de minhas tarefas foram ou deixara de ser realizadas. Mas, que tarefas? Nada de nada, quase nada. Estou no apogeu da vontade e do querer, mas não tenho nada prá dizer. Um túnel se criou em minha mente e por ele só o vento barulhento, passa e leva o pensamento. Ainda assim, vou construindo meu quase nada, ainda que o nada seja no momento, o meu quase tudo. A paciência, acredito, é meu maior dom. Dela tiro minhas esperanças e crio minhas expectativas. Nela, vejo minha rota de fuga ou meu Porto de descanso. A paciência é minha aliada, minha amiga e minha principal conselheira. A paciência e a perseverança caminham comigo lado a lado. E assim vamos pacientes e perseverantes na estrada da esperança.
Nenhum comentário:
Postar um comentário